Fostering, Parte 2: Quando a gente diz “sim”

Era um lindo dia de primavera, colorido e ensolarado. Eu corria pelos floridos campos escoceses, em câmera lenta, com meus cachos ao vento e meus pés descalços sentindo o fresco orvalho da manhã. A ampla saia do meu romântico vestido rodado subia e descia em ondas, ao som de suave música celta. Ao fundo, escutava-se o som da chuva (apesar de estar ensolarado), de gaitas de foles e …. 

Epa, esqueci que não estou no Instagram! Perdão, segue uma versão mais realista dos acontecimentos: 

Era um típico dia de primavera, cinzento e chuvoso. Eu caminhava por uma pequena trilha, com meu look impermeável “Mountain Warehouse” da cabeça aos pés, e meus cabelos tão emaranhados pela chuva e pelo vento que percebi um corvo me olhando estranho e avaliando se poderia colocar seus ovos ali. Ao fundo, escutava-se o som das ovelhas. Ao raso, o “splash-splash” das minhas botas na lama e, de repente, o meu celular, que tocava alto apesar do fraco sinal da região. Era a minha assistente social, Claire*: 

“Oi, Anelise.”

“Oi, Claire.”

“Tentei te ligar um pouco antes mas não consegui”. 

“Deve ser o meu sinal, desculpe.”

“Bom, acabei ligando para o Douglas e ele já disse que tudo bem, mas quero conferir com você também.”

Eu ainda não havia falado com meu marido, naquela tarde, então fiquei curiosa (e um pouco preocupada!) para saber com o que ele tinha concordado! Ela continuou: 

“Talvez eu tenha que levar um bebê para a sua casa, ainda hoje, ou talvez amanhã. Ele nasceu em Edimburgo, nesta madrugada, é um menino, ainda não tem nome. Aparentemente, está bem de saúde, mas vou conversar com a assistente social dele e depois te passo mais informações. Temos algumas coisas de bebê aqui no escritório: cadeirinha de carro, um carrinho, umas roupinhas.. e eu posso passar no mercado e comprar mais algumas coisas, e deixo na sua casa antes de levar o bebê. Talvez ele venha com algo, podemos esperar para ver e depois compramos o resto. Vai ser, pelo menos, por alguns meses, ainda não sabemos…blablabla…bebê…”

Por um segundo, me senti em uma realidade paralela: “como? o quê? quando? onde? por quê?” Geralmente, não era bem assim que acontecia. 

Mas, espera, se você chegou até aqui e não está entendendo por que uma assistente social me ligaria para oferecer um bebê, leia o post anterior, onde explico bem certinho sobre o programa de “fostering”, no qual estamos inscritos e que faz com que, volta e meia, eu receba ligações desse tipo. 

Funciona assim: quando uma criança precisa de um lugar para ficar, por qualquer situação que impossibilite que ela fique com seus genitores, a assistente social da criança emite um pedido e o coloca no sistema, para que se encontre uma família acolhedora disponível. Cada família acolhedora tem sua própria assistente social, que se encarrega de entrar em contato quando se depara com o perfil de uma criança que ela acha que seria uma boa combinação. Se a família está disponível, e acha que consegue cuidar daquela criança, ela diz “sim”. Aí, os perfis das famílias que disseram “sim” são encaminhados para a assistente social da criança, e é ela quem decide para qual família aquela criança vai. 

No decorrer da nossa trajetória como “foster carers”, já dissemos “sim” para várias crianças que nos foram oferecidas, mas nem sempre elas vieram para a nossa casa. Às vezes, tem-se tempo, e é possível encontrar e conhecer a criança antes da mudança. Às vezes, (como inclusive já aconteceu conosco) é tudo muito rápido: a assistente social liga às 10:30 da noite, perguntando se você pode abrigar uma criança por uns dias, emergencialmente (mas quem está nesse caminho sabe que o “uns dias” pode acabar se estendendo indefinidamente); você tem que correr arrumar a cama,  providenciar uma escova de dente extra e um pijama  (porque existem grandes chances de a criança chegar com poucas coisas, carregadas em um saco plástico, e que talvez nem estejam limpas), e a criança aparece na sua porta horas depois. Às vezes, ela chega em um carro de polícia, o que ajuda seus vizinhos a terem assunto no dia seguinte (o que também já aconteceu conosco). 

Eu não posso dar muitos detalhes das crianças que cuidamos por uma questão de confidencialidade. Posso, como mencionei no post anterior, esperar uns anos e aí sim escrever as histórias, trocando os nomes, para que sirvam a outras pessoas que estejam nesse mesmo barco, assim como os livros que li, de histórias reais, me ajudaram a estar preparada para lidar com várias situações. Mas isso será no futuro (aliás, aceito sugestões de pseudônimos!). Também não estou autorizada a mostrar os rostos delas em redes sociais ou em páginas abertas da internet (como esse blog). Explicado isso, vou me limitar aqui a falar apenas das crianças que atualmente fazem parte da nossa vida, e não das que já passaram pela nossa casa. 

Voltando ao telefonema:

A Claire sabia que eu estudava, trabalhava, e precisava de tempo para tudo isso. Então ela só me oferecia crianças em idade escolar, porque sabe que eu não poderia ficar disponível em tempo integral. Aconteceu uma exceção, antes, em que ela me ligou sobre uma bebê que havia nascido fazia uns dias e a mãe simplesmente havia ido embora do hospital e deixado ela lá. Teriam que encontrar essa mãe, descobrir o que estava acontecendo, tentar resolver e, enquanto isso, alguém precisava cuidar desse bebê. “Eu sei que você não tem como cuidar de bebês, Anelise, mas seria só por uns dias, até encontrarmos uma família que possa ficar com ela por mais tempo”, ela me disse, na época. Eu disse que “sim” (como dizer “não”?!) mas, dias depois, ela me informou que haviam achado uma família que podia ficar com a bebê pelo tempo que fosse preciso, mais perto de onde ela havia nascido. 

Lembrei dessa história, enquanto ela continuava mencionando a palavra “bebê”, e perguntei: 

“Mas, Claire, você está falando como se fosse algo certo. A assistente social desse bebê não tem que primeiro avaliar a gente? Ela já leu nosso perfil? Ela sabe que trabalho, e que temos uma viagem marcada para daqui um mês? Provavelmente, vai escolher uma família mais disponível ou mais perto, não? Quais as chances reais de você realmente aparecer na minha porta com um bebê?”

“A assistente social dele sabe sim mas, Anelise, não tem outras famílias.”, ela fez uma pequena pausa. “Vocês são os últimos da lista.” 

Ao fundo, ao raso, de perto e de longe, escutou-se o som do meu coração trincando alto. 

Dias depois, fui ao hospital buscar um bebê de três dias de idade. Como mãe, foi uma experiência muito emotiva, para mim, estar saindo dali com ele enquanto a mulher que o gerou saía sozinha, em um táxi. Em casa, eu olhava para ele e pensava, ainda meio incrédula: “Minha nossa, me deram um bebê!!”. Quando você engravida, tem um tempo para se acostumar com a ideia de ter um bebê em casa. Quando você está na fila da adoção, também sabe que esse momento vai chegar. Para mim, foi como se um bebê tivesse caído no meu colo, do nada. Minha ficha demorou um pouco a cair, e fiquei pensando nas implicações do “sim” que eu havia dito.

Meu coração me dizia: “Lascou, você disse ‘sim’ e quem vai se quebrar sou eu, mas como não amar esse bebê??!! Impossível, olhe para ele!!! Você vai se apegar muito a ele, eu te conheço!! E depois, se ele for embora, como fico?”. Minha cabeça me dizia: “Sua louca, você disse “sim” para um bebê e, agora?! Vai ter que cancelar todos os seus compromissos de trabalho e pedir prazo pra terminar a graduação, se é que vai conseguir terminar, dormindo mal à noite. Esqueceu como é difícil cuidar de um bebê? E você nem tem família perto pra te ajudar, dessa vez!!” E eu dizia, para quem quer que perguntasse: “Talvez seja só por uns meses, ainda não sei. Ah, sim, claro que vou ficar triste quando ele for embora, mas estou tentando não pensar nisso agora. Um dia de cada vez. Não, ele ainda não tem um nome. Eu vou dar conta sim”.

A  boa notícia é que já se passaram três meses, e eu estou dando conta, e até consegui me formar, graças ao um professor super compreensivo que me concedeu o prazo que eu precisava. Me livrei de tudo que não era essencial fazer, o que foi, aliás, libertador, livrando mais tempo não só para cuidar do bebê como também para curtir as férias de verão com o Pedro. 

Ele, aliás, nunca havia visto um bebê tão pequeno, e ficou encantado com o tamanho das unhas dele, achou incrível! E as gêmeas… opa, esperem, ainda não contei sobre as gêmeas!! (Parênteses para isso: no ano passado, cuidamos de gêmeas de 7 anos de idade, por uns meses. Era pra ser algo temporário mas o vínculo que criamos com elas foi tão forte e positivo que elas continuam vindo para a nossa casa em finais de semana. O Pedro adora, porque os três brincam muito bem juntos, embora as gêmeas briguem entre elas, às vezes, e sempre de modo muito engraçado. Viramos a segunda casa delas, o que tem sido ótimo para todos. As duas são umas figuras e nos divertimos bastante! Eu adoraria falar mais delas mas aí esse post se alongaria muito.)

Uma delas me perguntou:

“Anelise, onde você arranjou esse bebê?”

“No hospital”, respondi, sucinta (a falta de sono me deixa com preguiça de falar).

Mas me dei conta que elas deviam estar imaginando isso: 

Então, completei: 

“Lembram como vocês vieram morar conosco por um tempo, enquanto a mãe de vocês se recuperava da cirurgia? Com o bebê é a mesma coisa: a mãe dele não pode cuidar dele agora, então ele vai ficar conosco, por enquanto.”

A outra perguntou: 

“Quando ele for embora, podemos ir no parquinho?”

Tive que rir.

“Ele não precisa ir embora para irmos no parquinho, ele pode ir junto!”

“Ahhnn…”, as duas fizeram. 

Elas não viram muita graça nele, no início. Afinal, ele não fazia nada, não brincava, não jogava videogame… para que serve um bebê? Pensei também que pudessem ficar com ciúmes dele, pois afinal ele estava abocanhando uma boa parte do meu tempo e da minha atenção. 

Mas, semanas depois, quando as busquei e estava vindo com elas para casa, no carro, olhei pelo retrovisor e vi que elas seguravam a mão do bebê, enquanto conversavam animadamente, com o Pedro, sobre as brincadeiras deles e os filmes que haviam assistido. Me dei conta que tinha 4 crianças dentro do carro. Eu, que tive um filho só, tenho o carro e a casa cheios, em finais de semana. E, às vezes, é um caos, lógico! Tem dias que levo três horas pra conseguir tomar um café que fico requentando no microondas a cada 15 minutos (mães entenderão)! Às vezes, é difícil, quando todos resolvem ficar de mal-humor, cansados, choram, ou cada um pede uma coisa, e me sinto puxada em direções diferentes. E a minha casa, ah, a minha casa… sabe aquele sonho de uma casa sempre limpa e arrumada? Inatingível. Sabe aqueles dias em que você já fez tudo que tinha pra fazer e pode sentar e descansar, sem que uma lista imensa de afazeres fique maratonando na sua cabeça? Inexistentes. Sabe aquela sensação de controle sobre a vida, de saber que nada inesperado vai virá-la do avesso a qualquer momento? Utópica (e não só pra mim, aliás!). Mas eu não trocaria essa tempestade de vida, de caos, de crianças correndo pela casa às gargalhadas, pulando no sofá, espalhando canetinhas e desenhos pelo chão, pedindo comida o tempo inteiro, me chamando a cada três minutos, por calmaria nenhuma.

E o sol sempre sai quando o bebê me vê e abre o sorriso desdentado mais lindo do mundo, as gêmeas me entregam desenhos cheios de corações, e brigam pra ver quem vai segurar a mão do Douglas, nas caminhadas, ou quando o Pedro me diz que gostaria que elas e o bebê ficassem conosco para sempre. Eu também, Pedro. Eu também. ❤️

……. ……. ……

PS: Algumas explicações que julgo necessárias:

  1. Não estou compartilhando isso para que pensem que sou “boazinha” ou “caridosa”. Quem me conhece, sabe que su um ser humano médio que, como todo ser humano médio, comete erros e tem muitas dificuldades em lidar com as coisas. A tentativa de superação e de autocorreção é constante, mas confesso que vários desafios do fostering ajudam nisso, e me ajudam a me conhecer melhor também. E a caridade acaba sendo mais comigo mesma.
  1. Mas não importa o que pensem desse ser humano médio que vos escreve. Se julgo a história interessante, é apenas um detalhe que eu seja parte dela, e algo que torna a escrita mais fácil. A intenção é informar, compartilhar a experiência e, quem sabe, entreter ou inspirar algum sentimento bom, como os tantos que senti lendo outras histórias de fostering. Acho que histórias assim sempre chegam onde precisam chegar. Eu só preciso libertá-las, jogá-las “ao vento”. E cada um as recebe de maneira muito individual, não existe um recado único.
  1. Relato, nesse post, meus casos positivos, mas existem sim experiências negativas (e já tivemos nossa cota disso, também!). Existem comportamentos difíceis e perturbadores, existem famílias de origem que ameaçam ou incomodam, existem danos materiais e emocionais que fazem com que muitas pessoas deixem de fazer isso. Quase metade das famílias que se inscrevem no fostering desiste no primeiro ano. Mas se fala mais do lado negativo do que do positivo, geralmente, então achei válido tentar mudar esse viés e falar, aqui, de como esse caminho pode encher a vida de propósito e o coração de amor.

Anteriores

“Fostering”, ou “família acolhedora”: você já ouviu falar disso?

Próximo

Quando as pedras sentem sede…

  1. Lucimara

    Ai Anelise… Não tenho palavras pra isso não. Tudo é muito intenso e posso ter uma pequena ideia de como sua vida se transformou. Já disse e repito que admiro demais esse gesto que você teve. Que experiência incrível. Você pode até dizer que não está preparada, mas todo esse processo diz o contrário. Esse era o seu momento. Que bebê sortudo!!! Parabéns a você, ao seu esposo e ao Pedro por acolherem um ser humano que só precisa de amor.
    PS.: além de Anelise Jones já é uma forte concorrente para a publicação de histórias emocionantes.

  2. Marilza

    Oi Anelise que experiência incrivel e maravilhosa!!!!! Parabens!!!!!! Emocionada!!!

    • Juju

      Coragem, determinação, empatia e principalmente atitude.
      Encher o coração de amor e dividi-lo com quem necessita !!
      Parabéns !!
      ♥️

  3. Simone Braga dos Santos

    Oi lindeza, que maravilhoso. Sei bem como é isso. Aqui no Brasil já participei de um programa parecido, mas não eram bebês, eram adolescentes de 10 a 17 anos, moradores de abrigos e que têm pouca chance de serem adotados. Sou madrinha afetiva de dois. É lindo. Aprendemos muito. É muito importante falar sobre isso e divulgar o trabalho para que outras pessoas sejam tocadas. Lindo

    • Natalie

      Ahhhh hj foi mais um rio de lágrimas! Anelise vc está me fazendo mudar os planos. ❤️

      • Anelise

        Se forem planos bons, fico feliz! ❤️ Conta comigo!

      • Julia

        Que lindo depoimento Anelise!! Admiro sua coragem e a família!! Família cheia, família linda!! ❤️❤️

      • Débora Siqueira

        Altruísmo é o nome disso!

        Coração cheio e rosto molhado de lágrimas ao ler esse texto!

        Que Deus abençoe sua vida e a vida de todos os pequenos que vc tocar.

    • Ana

      ♥️ ♥️♥️♥️

    • Anelise

      Oi Simone! Que lindo esse programa!! Infelizmente, conforme o tempo vai passando, diminuem as chances de uma criança ser adotada, é muito triste isso. Eu imagino o quanto esse programa já tenha te ensinado e, ao mesmo tempo, enchido seu coração. Obrigada por ler e comentar!

  4. Daniela

    Parabéns por esse gesto tão cheio de amor. Adorando ler seus relatos e obrigada por mostrar um pouco dessa linha história.

  5. Gianandrea

    Anelise querida!!! Só tenho aqui a acrescentar que enquanto as crianças que vc acolhe se beneficiam dos seus cuidados, não devemos esquecer de quão enriquecedora é a experiência do cuidar de projetos humanos para o futuro… entregar bons cidadãos mais à frente torna nossa missão enquanto mães e mulheres a mais gratificante do mundo! Bençãos e minha admiração por sua disposição ( de toda família né?) em abrir sua porta e coração para essa missão!

    • Anelise

      Oi Gianandrea, com certeza, eu penso o mesmo: quem mais se beneficia com isso, sou eu, porque é mesmo gratificante e aprendo muito! ❤️ A maternidade, biológica ou não, é cheia de lições muito valiosas, que nos ajudam a tentar ser pessoas melhores. Obrigada por ler e comentar!! Beijos!

  6. Monica

    Anelise, obrigada por compartilhar sua história. Que Deus te abençoe!

  7. Arabela Castro

    Anelise, adorei a notícia! Tínhamos conversado pessoalmente sobre a sua experiência como foster mom, e agora seu bebê chegou! Quanta beleza na entrega que vc fez e no seu sim! Deus atua através das pessoas, e Ele está agindo através de vc assim como do pequenino que veio fazer uma revolução na vida de todos vcs! Congrats! It’s a boy! Ah, e parabéns pelo texto! Bjs!

    • Anelise

      Obrigada, Arabela! Sim, tìnhamos conversado sobre isso. Mal sabia eu que, dias depois, eu ganharia esse presente da vida! ❤️ Obrigada por ler e comentar!

  8. Fabi Rocca

    Só tenho um comentário: Vocês são uma família linda, por dentro e por fora! ❤️ Impossível não se emocionar lendo esse post. Muito amor, saúde e alegrias pra vocês!

  9. Ana Paula Stelmach da Silva Hagedorn

    Anelise que gesto lindo e apaixonante! Não tenho filho por opção mas tenho uma enorme admiração por pessoas que como você se despiram do preconceito, medo, insegurança e conseguiram fazer deste mundo horrível um lugar melhor perante atitude tão nobre. Essas crianças serão pessoas distintas com toda certeza. Fantástico! Parabéns!

  10. Paloma

    Estou em êxtase com essa história toda! Super feliz por vcs… imaginando Pedro que é super acolhedor e encantador sendo “irmão” !!!! Sem palavras pra tudo isso, mas feliz que crianças estão sendo privilegiadas de fazer parte dessa família maravilhosa!

  11. Luciana Burigo Trindade

    Amiga imagino quantas histórias tens vivido e o enriquecimento que isso tem trazido para a vida de todos que fazem parte delas! Obrigada por compartilhar! Amei entrar em contato com elas!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén