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Janet Horne: a última bruxa da Escócia

The Witches’ Ring: foram-se as mãos, ficou o anel

Fostering, Parte 2: Quando a gente diz “sim”

Era um lindo dia de primavera, colorido e ensolarado. Eu corria pelos floridos campos escoceses, em câmera lenta, com meus cachos ao vento e meus pés descalços sentindo o fresco orvalho da manhã. A ampla saia do meu romântico vestido rodado subia e descia em ondas, ao som de suave música celta. Ao fundo, escutava-se o som da chuva (apesar de estar ensolarado), de gaitas de foles e …. 

Epa, esqueci que não estou no Instagram! Perdão, segue uma versão mais realista dos acontecimentos: 

Era um típico dia de primavera, cinzento e chuvoso. Eu caminhava por uma pequena trilha, com meu look impermeável “Mountain Warehouse” da cabeça aos pés, e meus cabelos tão emaranhados pela chuva e pelo vento que percebi um corvo me olhando estranho e avaliando se poderia colocar seus ovos ali. Ao fundo, escutava-se o som das ovelhas. Ao raso, o “splash-splash” das minhas botas na lama e, de repente, o meu celular, que tocava alto apesar do fraco sinal da região. Era a minha assistente social, Claire*: 

“Fostering”, ou “família acolhedora”: você já ouviu falar disso?

Faz um tempo que ando dividida entre a resistência em expor uma parte da minha vida que considero privada e a utilidade de falar sobre um assunto que mexe muito comigo e que mudou a minha vida significantemente. Com esse post, está decretada a vitória da última opção. 

No mundo todo, existem situações em que crianças não podem mais ser cuidadas por suas famílias e precisam ser retiradas de casa. Os motivos que levam a isso são muito diversos, mas é bom lembrar que a culpa NUNCA é da criança. Alguns exemplos que constituem a maioria dos casos, aqui no Reino Unido são: mães/pais com problemas de alcoolismo e/ou vícios em outras drogas, com problemas de saúde mental, violência doméstica, agressões, negligência, envolvimento com criminalidade e/ou entrada em sistema prisional, entre outros. 

Quase nunca, ao contrário do que se pensa, essas crianças entram no sistema de adoção imediatamente. Muitas vezes, os problemas são temporários, e busca-se apoiar as famílias para que consigam seus filhos de volta, visando a reintegração. Só quando, e se, todos os recursos forem esgotados é que se considera a possibilidade de adoção. Tudo isso – investigação e avaliação do problema, trabalho com família de origem, avaliação de pais e familiares, das necessidades da criança, etc – leva tempo. E, durante esse tempo, em que o futuro de uma criança vulnerável está sendo decidido, quem cuida dela? 

The Royal Edinburgh Military Tattoo: quando o Lone Piper toca

Dizem que, séculos atrás, uma rede de túneis foi descoberta na Royal Mile, conectando o Castelo de Edimburgo à Abadia de Holyrood. Na tentativa de mapeá-los, enviaram um jovem “piper” (tocador de gaita de foles) em uma missão: percorrer esses túneis tocando sua gaita, para que pudessem ir ouvindo e acompanhando, por cima, para marcar o trajeto.

Só que, lá pela metade do caminho de um deles, a música parou de repente. E o piper nunca mais foi encontrado, apesar de intensas buscas.

Dizem que, até hoje, o fantasma deste gaiteiro ainda caminha pela cidade velha e pelos arredores do castelo. Às vezes, sua música, como um lamento esvanecido, pode ser ouvida nas madrugadas frias.

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