Eu cresci no Brasil, acostumada a ver as pessoas reclamando da corrupção, da bagunça, de como nada funciona. Acostumada, como a maioria, com o “jeitinho”, com a malandragem, com o “rouba mas faz”, com o “achado não é roubado”. “O mundo é dos espertos”, e os honestos, por consequência, são os trouxas que nunca que são bem.

Felizmente, como muitos de nós, fui educada para fazer diferente. Minha mãe costuma dizer que não existe meia honestidade; ou se é inteiramente honesto, inclusive nas pequenas coisas, ou não se é. Fui ensinada a devolver o troco errado, a tentar encontrar o dono da carteira perdida, e a pagar cada centavo que devo. Mas também fui ensinada a “não dar bobeira” e a “ficar esperta”, pra não “cair no conto do vigário”.