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Uma capela italiana em uma ilha no norte da Escócia: como assim?


Em outubro de 1939, um submarino alemão passou por entre as ilhas que compõem o arquipélago de Orkney e afundou um encouraçado britânico, fazendo com que. Winston Churchill tomasse a decisão de construir barreiras marítimas no local, para proteção. A falta de mão-de-obra para construir as barreiras coincidiu com a captura de milhares de soldados italianos que lutavam no norte da África. O governo britânico decidiu, então, levar 1000 desses prisioneiros de guerra italianos para as Ilhas Orkney, e utilizá-los na construção.
Só que esses italianos, depois de um tempo em terras remotas escocesas, morando no acampamento de prisioneiros, sem vinho, sem tarantella, sem uma mamma que fizesse uma boa macarronada, e provavelmente cansados de viver à base de bacalhau ensopado, resolveram que precisavam rezar, e pediram permissão para construir uma capela.

Remembrance Sunday

Há pouco mais de dois anos, o Pedro chegou em casa da escola me dizendo que precisava levar dinheiro no dia seguinte para comprar uma flor de papel. Me explicou que os meninos da sexta-série estavam vendendo, que era colorida e que ele precisava comprar porque quem tivesse a flor viveria para sempre. E ele queria viver para sempre, então precisava da tal flor de papel. Precisava levar dinheiro pros meninos da sexta-série urgentemente!! E não soube me dar mais nenhum detalhe ou explicação. 

Minha cabeça de mãe brasileira já pensou: “É golpe! ” E imaginei que os meninos da sexta-série estivessem passando a conversa nos pequenos. 

Falei pra ele que, na manhã seguinte, levariamos o dinheiro e ele me apontaria os supostos meliantes. Mas, assim que chegamos, vi uma poppy no peito de uma das crianças e entendi tudo. 

“Bloody Mackezie”, o poltergeist mais famoso de Edimburgo

Em dezembro de 1998, um mendigo andava rapidamente pelas escuras ruas da cidade velha de Edimburgo. Buscando um abrigo da chuva, que ficava cada vez mais forte e mais gelada, ele entrou no cemitério de Greyfriars e forçou a porta de um antigo mausoléu. Dentro, em meio à escuridão, ele retirou uma grade de metal que dava acesso a uma espécie de porão, e desceu por uma curta e estreita escada de pedra.

Foto: City of the Dead Tours

O “monstro” do Lago Ness – pequeno guia básico

Milhares de turistas visitam a Escócia todos os anos, e grande parte deles faz questão de ir até o Lago Ness para, quem sabe, avistar algo suspeito nadando em suas águas. Anualmente, são computados centenas de novos avistamentos. Muitos deles são facilmente identificáveis como sendo focas, troncos ou ondas – as águas do Ness possuem uma corrente interna que às vezes se move na direção contrária da externa, criando uma ilusão de ótica bastante convincente de “corcundas”. Mas muitos outros ficam sem explicação.

Os avistamentos mais convincentes costumam aparecer nos jornais daqui. Lembro de ter achado graça de um relato que li, de um sujeito que trabalha em uma destilaria de whisky ali perto e, quando estava voltando para casa, diz ter visto o monstro e bateu uma foto estranha de movimento nas águas. Lembrei, na hora, do guia da excursão que fiz a primeira vez que fui ao Lago Ness, e da resposta que ele me deu quando perguntei o que ele achava da lenda: “Bem, muita gente de confiança relata ter visto algo estranho….mas, você sabe, gente de confiança também bebe whisky….”

Aliás, para os escoceses, não existe um “monstro” no Lago Ness, e sim uma “monstra”, carinhosamente apelidada de Nessie. Meu filho, aos 4 anos, aprendeu na pré-escola do nosso vilarejo que Nessie é muito tímida, e por isso se esconde das pessoas. As professoras mostraram fotos e contaram histórias dos avistamentos mais famosos. Nessie é tão popular que já virou protagonista de filmes, livros, e até de um curta metragem da Disney intitulado “A Balada de Nessie”:

O início da lenda data do século XI, quando São Columba relatou ter salvo um morador local do monstro, ordenando que ele voltasse às profundezas do Ness.

Na Universidade de Edimburgo: um PhD entre impostores, Darwin e grandes mulheres.

Em setembro passado, eu me tornei aluna da Universidade de Edimburgo, depois de ser aprovada na seleção para um doutorado em política e relações internacionais. 

Fundada em 1582, a Universidade é quarta mais antiga da Escócia (perde para as de St Andrews, Glasgow, e Aberdeen) e a 6ª melhor da Europa. No Reino Unido, fica atrás somente das universidades de Oxford e Cambridge. Charles Darwin, David Hume, Peter Higgs, Arthur Conan Doyle, e Sir Walter Scott estudaram aqui, bem como 3 primeiros-ministros e 19 ganhadores do prêmio Nobel. Da Universidade de Edimburgo saíram descobertas e invenções como as da anestesia, do telefone, do dióxido de carbono, da fertilização in-vitro, e das vacinas do HPV e da Hepatite B.

A Universidade possui até um tartan próprio!

Tartan da Universidade de Edimburgo

Então imaginem eu, um humilde fruto de Araranguá, sentada em um salão vitoriano enorme, em uma construção do século XVIII, no primeiro dia de orientações e pensando, incrédula, “O que é que eu estou fazendo aqui?” Eu nem tinha grandes esperanças de passar, fiz a seleção como um treino. Pensei que aplicaria todos os anos, pra ir treinando e aprimorando a proposta de pesquisa e que, daqui a uns 5 anos, talvez eu tivesse chance de passar. Mas foi assim, de primeira. Muita sorte. Eu olhava em volta, olhava pra todos os outros, com caras de altamente inteligentes e qualificados e pensava: “Nossa, eu devo enganar muito bem mesmo….”. E fiquei bem quieta pra ninguém descobrir que eu era uma farsa…

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