Categoria: Contos Page 5 of 7

Vidros marinhos e outros tesouros costeiros

Apesar de ter sempre morado perto do mar, eu nunca fui de curtir a praia da maneira mais popular: se esquentando no sol e se refrescando na água. Pra mim, a praia sempre teve mais graça no outono e no inverno, quando ficava vazia e eu podia simplesmente andar por ela, sentindo a areia gelada sob os pés descalços, escutando o barulho das ondas e dos pássaros, enquanto pensava em coisas da vida ou examinava a areia, em busca de conchinhas e outros “tesouros” que a maré traz. 

Mas aqui na Escócia tem uma coisa que eu nunca encontrei nas praias do sul do Brasil: vidros marinhos. 

A ilha evanescente de Orkney

Diz a lenda que, a oeste da ilha de Rousay, em Orkney, existe uma ilha misteriosa que aparece e desaparece. Embora muitos locais afirmam já ter visto a ilha, em dias claros, ninguém consegue chegar até ela.

Há muito, muito tempo atrás, uma moça desapareceu, perto da costa. Família e amigos procuraram em terra e mar, inutilmente, e acabaram acreditando que estava morta.

Anos depois, o pai e o irmão da moça estavam pescando, em seu barco, quando uma névoa densa cobriu o mar. Eles não conseguiam ver nada além de uns poucos palmos de distância, e não faziam ideia de para onde a maré os estava levando.

Remembrance Sunday

Há pouco mais de dois anos, o Pedro chegou em casa da escola me dizendo que precisava levar dinheiro no dia seguinte para comprar uma flor de papel. Me explicou que os meninos da sexta-série estavam vendendo, que era colorida e que ele precisava comprar porque quem tivesse a flor viveria para sempre. E ele queria viver para sempre, então precisava da tal flor de papel. Precisava levar dinheiro pros meninos da sexta-série urgentemente!! E não soube me dar mais nenhum detalhe ou explicação. 

Minha cabeça de mãe brasileira já pensou: “É golpe! ” E imaginei que os meninos da sexta-série estivessem passando a conversa nos pequenos. 

Falei pra ele que, na manhã seguinte, levariamos o dinheiro e ele me apontaria os supostos meliantes. Mas, assim que chegamos, vi uma poppy no peito de uma das crianças e entendi tudo. 

“Bloody Mackezie”, o poltergeist mais famoso de Edimburgo

Em dezembro de 1998, um mendigo andava rapidamente pelas escuras ruas da cidade velha de Edimburgo. Buscando um abrigo da chuva, que ficava cada vez mais forte e mais gelada, ele entrou no cemitério de Greyfriars e forçou a porta de um antigo mausoléu. Dentro, em meio à escuridão, ele retirou uma grade de metal que dava acesso a uma espécie de porão, e desceu por uma curta e estreita escada de pedra.

Foto: City of the Dead Tours

Susto em Ravenscraig e o Mauthe Doog

Outubro, mês de Halloween e de contar “causos” misteriosos. 👀

Este aconteceu comigo e com o Pedro, meu filhinho, nas ruínas do castelo Ravenscraig. Construído em 1460, este castelo é relativamente pequeno, e fica estrategicamente localizado no alto de um penhasco, de frente para o estuário de Forth. Nós já havíamos estado lá antes, mas desta vez voltamos com a minha mãe. O dia estava frio, nublado, e sem vento. 

O espaço das ruínas deste castelo basicamente se divide em duas partes: a torre principal e a parte aberta, onde antes ficavam construções térreas e onde o muro circunda a pequena parte do penhasco. Minha mãe estava nesta última parte, batendo fotos da vista para o mar, e eu estava seguindo o Pedro, que na época tinha 4 anos, pela parte ao redor da torre. Não há como entrar em lugar algum nesse castelo. Todos os acessos para o interior da torre estão fechados com grades, por segurança. 

O Pedro estava brincando de “eco”: ele parava em frente a uma porta dessas, fechada com grade, gritava “Helloo!!” e escutava o eco da voz. Fez isso em uma porta, em duas, e paramos em frente da terceira. Tudo escuro lá dentro, mas parecia ter um corredor ao fundo, à direita. Continuando a brincadeira, ele gritou “Hellooo!!!”

E o que ocorreu a seguir foi uma das coisas mais estranhas que já me aconteceu.

Page 5 of 7

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén

You cannot copy content of this page