Sobre um nome difícil no Brasil e um nome brasileiro na Escócia:
Quem tem um nome menos comum sabe como é a rotina de ficar soletrando explicando. E olha que o meu nem é tão complicado assim, mas desde pequena eu aprendi a dizer que meu nome é “Anelise, tudo junto, com ’s’ e com ‘e’”. Porque, senão, escreviam Ana Eliza ou Ane Lize. Engraçado como as pessoas conseguiam entender tão errado, às vezes. Ser chamada de Denise era super comum, e um senhor do meu prédio insistia em me chamar de Melissa.
“É Anelise, Seu Silva”, eu corrigi uma vez.
“Ah, Nelise, entendi.”
Dois minutos depois: “Então, Melissa, como eu tava dizendo….”.
Segui sendo Melissa por vários anos e nunca mais corrigi o Seu Silva. Até porque, convenhamos, não é tão importante assim.
Mas, quando tive um filho, resolvi poupá-lo de ficar soletrando o tempo todo e escolhi um nome bem brasileiro: Pedro. Pronto, ninguém errava.
Aí viemos para a Escócia.