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Braemar e o Castelo Kindrochit

Braemar é um dos meus vilarejos favoritos aqui na Escócia (minha lista é grande, mas este ocupa um lugar especial). Fica em Aberdeenshire, no coração do Parque Nacional de Cairngorms, e perto do Royal Deeside, onde fica o Castelo de Balmoral, da família real.

Por estar perto, os Highland Games de Braemar costumam ser sempre frequentados por membros da família real, e não é incomum que a Rainha Elizabeth II participe da abertura dos jogos. Várias lojinhas e mercados locais também fornecem produtos para o castelo. Não é novidade para ninguém que tia Liz adora o Balmoral e toda esta região. Mesmo agora, velhinha, ela faz longas caminhadas pela região, que é cercada de montanhas, florestas de pinheiros e vales cheios de vida silvestre.

Williamina Fleming: a empregada escocesa que mapeou os céus.

Williamina Fleming, uma escocesa nascida em Dundee em 1857, não estava exatamente em bons lençóis quando o marido a abandonou. Com um filho pequeno, e morando em Boston, nos Estados Unidos, para onde o casal havia se mudado anos antes, as chances de ela conseguir um bom emprego eram muito pequenas. Longe da família e do próprio país e – pior ainda, para aquela época – sendo uma mulher (e abandonada, ainda por cima), tudo indicava que a vida, a partir de então, seria uma grande batalha pela sobrevivência, sem quaisquer perspectivas de sonhos ou grandes conquistas. 

Williamina, circa 1900
Fonte: BBC

“The Skye Boat Song” e a fuga de Bonnie Prince Charlie.

Muita gente conhece a música “The Skye Boat Song” como “a música de abertura de Outlander”. Mas ela é, na verdade, uma música folclórica escocesa do século XIX, que conta a fuga do Bonnie Prince Charlie, após a Batalha de Culloden, em 1746. O compositor de Outlander é escocês, conhecia a música desde sempre e adaptou a letra para combinar com a história do seriado.

Fãs de Outlander também certamente conhecem o personagem principal da música original, o Bonnie Prince Charlie.

O de peruca.

Vou ser sincera e dizer que não acho que a retratação que foi feita dele, na série, foi justa. Nela, ele aparece como um homem predominantemente mimado, arrogante, fraco e egoísta. E, se ele fosse, de fato, assim, não teria conseguido mobilizar todo o suporte que teve, ou completado a cansativa odisseia de superar distâncias e circunstâncias extenuantes, tanto física como emocionalmente.

Poucos de nós chegariam tão longe. Poucos de nós teriam a coragem e a determinação que ele teve. Eu sei que eu não teria. Eu provavelmente teria desistido muito antes de botar os pés na Escócia, então não quero nem pensar em como me retratariam… 😅

Muitos historiadores argumentam que essa imagem “fraca” que se fez dele na mídia é um fruto persistente da propaganda negativa pós-revolução. Mas está na hora de pararmos, olharmos para a história, e admirarmos um homem que não só era bonito (“bonnie”, em escocês) mas também absurdamente corajoso e estupidamente humano, o que me ajuda ainda mais a admirá-lo.

A pequena casa no Loch Shin

Se você um dia passar pelas margens do Loch Shin, na região de Lairg, na Escócia, e avistar esta minúscula casinha em uma ilha igualmente minúscula, provavelmente vai ficar se perguntando o que cargas d’água ela faz ali e, mais ainda, quem cargas d’água mora ali (nem sei se ainda se usa a expressão “cargas d’água”… talvez eu esteja sendo muito velha na escrita, mas achei apropriada, com tanta água ao redor… e a casa certamente exigiu o transporte de uma carga, pela água, então… ok, parei, voltemos à casa).

Diz a lenda que a casa foi construída por um sujeito chamado Jock Broon, em 1824. Jock teria ganhado este pequeno pedaço de terra (com, por acaso, um lago ao redor) de um lorde local, por tê-lo ensinado a destilar whisky. Feliz por finalmente possuir um bocado de chão para chamar de seu, e querendo reforçar seu novo status de “insulofundiário” (inventei a palavra), ele resolveu construir uma casa no local, mas morreu logo em seguida, ao dar um tiro no próprio pé enquanto caçava. Ironia do destino: passou a vida inteira querendo uma casa própria e, quando consegue, pá! o tiro no pé.

Ao menos, esta é a história que está escrita em placas na cidade, fazendo com que turistas inocentes – que não leem este blog – acreditem que tudo isso aconteceu mesmo.

O Médico da Peste

Eles parecem saídos de um filme de terror mas, se você vivesse na Escócia do século XVII, e tivesse sido acometido pela Peste, ia querer que um desses entrasse na sua casa. Os “Médicos da Peste” eram a última esperança de quem já havia sido contaminado. A má notícia é que eles raramente conseguiam curar seus pacientes. 

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